quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eleições na bola- a direcção acertada

Não sou muito de acompanhar a literatura futebolística nacional e tenho-me distânciado cada vez mais do mundo esférico. Contudo sou um aficcionado e ainda não me consegui curar mas estou no bom caminho.
Mas vamos ao tema deste tópico.
Depois do frenezim das eleições para a Presidência da República, o Sporting Club de Portugal não faz por menos e resolve continuar a contenda do circo eleitoral.
É isto que é bom (leia-se mau) no mundo. É que mal acaba uma, entra-se logo noutra para manter as mentes ocupadas. E cada uma cá com um timing... (é do tipo se caiu na moda vampiragem em Hollywood, fazem-se logo duas series de Tv do mesmo tema, três ou quatro novelas, máscaras para o Carnaval, brinquedos alusivos ao tema para os miudos e por aí em diante).
Quase nem há tempo para balanços (veja-se a quantidade de cozinhas que hoje em dia têm uma balança. Poucas garantidamente. É importante é ter a "bimbe" para processar e criar).
Abertas as hostelidades vejo a habitual dança de quem é candidato e quem não é, quem apoia quem e quem fará o quê (este ùltimo é um raridade).

Contudo, um dos candidatos cujo nome não importa agora porque não me lembro, anunciou desde logo que abdicava do salário de Presidente caso ganhe.
E é aqui que a porca torce o meu parafuso (o rabo ja está torcido o suficiente). Ora pois esse grande, enorme, magnânimo sr. vai exactamente de encontro aquilo que uma instituição desportiva de utilidade publica deve ser.
Um clube, uma entidade, uma agremiação e por aí em diante nunca deveria ser uma fonte de proveitos (leia-se avultadas dívidas), um negócio ou outro qualquer ganho que não o de proporcionar às populações a pratica desportiva, cultural, etc, dinamizando-as e promovendo-as. Afinal é por isso que os clubes têm direito a beneficios variados conferidos pelas autarquias? Sem falar obviamente nas negociatas efectuadas sobre esta fachada da utilidade publica como foram os estádios que andamos a pagar, só para dar esse exemplo...
Sabemos que nada disso é o praticado, anos luz disso. São milhões que circulam de um lado para o outro encobertos pelo espectáculo desportivo com os abutres esfomeados a pairarem por cima dos mais variados emblemas.

Ora o referido sr candidato, ao abdicar do vencimento de Presidente, toma a meu ver, a mais importante de todas as medidas que um Presidente de um clube, colectividade, agremiação, etc, poderia tomar. Agora é só vencer a corrida eleitoral, aplicar a medida a todos os demais empregados do clube (incluindo atletas) e espalhar esta fé a todos os demais.
Já viram a direcção que o deporto poderia tomar? pensem nisso pois eu não me vou alongar mais. Apenas referir uma pequena conclusão: desporto fair-play, limpinho de corrupção, doping e sem movimentar milhões de milhões de milhões de euros, dolares, etc num mundo onde as desigualdades são cada vez maiores, ou seja, desporto puro e duro como ele deve ser!

Porque acredito que num dia hei-de comprar uns ténis feitos pela Nike que patrocinou o fim da guerra em Gaza, e não porque patrocinou o CR7 que dá uns pontapés do camandro na bola e ganha milhões por isso.

Acerca disto muito mais se podia dizer mas é só uma pequena explanação.