terça-feira, 15 de março de 2011

Gerações

Muito se tem falado sobre as gerações. As mais recentes são mais famosas pelos seus apelidos.

A geração rasca foi assim apelidada pelo rompimento com o tradicional. Foi uma geração que se pode descrever ou que é descrita resumidamente por ter optado pelos jeans rotos e por ter adoptado e idolatrado icons do mundo da música como os Nirvana e outros que tais com queda para o mundo das drogas.

A agora apelidada geração à rasca é assim apelidada pelas adversidades e dificuldades sociais e económicas com que se deparam no presente e no futuro. Mas parece-me que esta geração à rasca é mais uma geração enganada e apaparicada. Explicando: neles foi criada a falsa expectativa que com um "canudo" na mão, o mundo seria deles. E de resto não seria necessário preocuparem-se com mais nada. Os papás e mamãs foram "mudando a fralda" até não estar mais nas suas mãos manterem a criançada a mamar na chupeta da ilusão. Quando são agora lançados às feras, vêm que afinal o mundo de facilidades não existe. Pois é claro que é para ficar chateado.
Antigamente começava-se a trabalhar aos 18 ou até antes no que houvesse. Fosse na vida do campo, no oficio da familia, no que se arranjasse. Poucos seguiam os estudos até à universidade.
Agora, um jovem estuda até bem mais tarde (e haja "bolonhesa" para reduzir prazos) e depois não se quer para qualquer profissão.
Pior que tudo é que isto chegou a tal estado que já nem há profissões. Nem as de antigamente (isto em malha alargada, ok?). E nem os que se reformaram aos 40 ou 50 parecem ter criado vagas.
Cheira-me que esta vai ser uma geração à rasca para arranjar um psiquiatra\psicologo e um genérico ansiólitico à unidade baratinho.

E isto é culpa de quem? é culpa de outra geração, a que está agora no poder, a geração gasta. E por gasta entenda-se do verbo gastar. É a geração que pós 25 de Abril teve acesso ao cofre do ouro e nao esteve com meias medidas: gastou, gastou, gastou. Era só pôr a mão no cofre e aparecia mais uma barra de ouro relusente. E parecia não mais acabar. Um bocado para eles e um bocadinho pequenino para os outros, mantendo sempre a promessa do "tudo para todos que a vida é bela".
Ora esta geração gasta está gasta e já ninguém os atura nem deposita nela qualquer esperança. A geração agora mais à rasca vem para a rua gritar e com razão. Mas lá diz o ditado: casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

E como se vai dar volta a isto??
Parece-me simples: é mandar vir uma nova geração: a geração desenrasca. Porque esta nova geração será a única que pode ser educada e vocacionada para remediar-se com o pouco que houver (e que vai haver) e fazer desse pouco muito, não querendo demais como o automovel de 30.000 euros, a casa de 250.000, as viagens de férias de 2.500, as roupas de 500, os telemoveis de 450, o emprego de papel e caneta, e por ai fora... Embora seja bom que toda a gente o deseje e deseje mais. Mas esta nova geração quer-se clean, com principios e escrupulos, com noção de justiça, de equilibrio e equatitividade, preocupada com o outro, com o Planeta, com os animais e só assim se poderá alcançar uma vida mais saudável, digna e feliz para mais pessoas que não só uma pequena minoria.

Acerca das gerações muito mais se podia descrever, mas isto é só um pequeno tópico desenrascado aqui em meia duzia de minutos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mega Auto-estradas

"Ai se esta rua fosse minha..." cantam os Oquestrada.
E vinha a ouvi-los pla A2 fora virando costas a Lisboa.
E não foi mais quando pensei: mas ó que estrada é esta?
Obras de alargamento de faixa. De duas para três faixas.
Dizem e dizem bem que o tema não é de agora e que as obras até já estão praticamente concluidas.

(já agora aproveitem e ponham a tocar)
http://www.youtube.com/watch?v=ZGDYa0abSXk

Mas para quê três faixas? Para quê aqui? O tráfego não é assim tão intenso entre Almada, Barreiro, Palmela e Setúbal (será que ficam por aqui ou já agora seguimos até ao Algarve? para dar escoamento, para que todos caminhemos mais facilmente para o Algarve, ou em americano todos ao Algarve, ou em inglês do governo Allgarve).

Mas para quê três faixas? Para quê pergunto eu. Ó que estrada tão mal empregue digo eu. E ao ouvir OqueStrada percebi:
São três faixas para que se circule tranquilamente na do meio!
Porra, como é que eu não tinha percebido isto antes?? E assim se resolve um grave problema que assolava a grande maioria dos automobilistas que circulam neste trecho da A2.
É que toda a gente sabe que a faixa da direita é para os panhonhas, os camionistas, as velhinhas, os chassos velhos a largar nuvens de fumo e para os camones que respeitam os limites de velocidade.
E a faixa da esquerda é certo e sabido que se destina aos pédchumbo, aos sinais de luzes e aos outros todos que nem são panhonhas, nem camionistas, nem velhinhas, etc, nem são pésdchumbo nem fazem sinais de luzes.
Ora foi a pensar nestes "outros todos" que se fez a terceira faixa de rodagem. Agora, os "outros todos" podem circular tranquilamente na faixa do meio e destinguirem-se das demais minorias da direita e da esquerda (falamos de estrada, nada de politica). Assim ninguem os pode acusar de serem velhinhas, camones, empatas portanto, ou aceleras sem escrupulos, havendo finalmente espaço para passearem calma e harmoniosamente.

Esta medida só não é de louvar porque o Governo esqueceu-se de alterar o código de estrada na parte que refere em que se deve circular o mais à direita possivel. Nem quando faz uma coisa bem, oui melhor, nem quando pensa que está a fazer uma coisa bem, o Governo faz bem. Irra!

A não ser é claro que estas três faixas sejam obra visionária do Governo tal como Marquês de Pombal visionou as grandes e largas avenidas de Lisboa. E recordo que na altura chamaram-lhe de lunático.
Mas não me parece que seja o caso...Ou se for, mais valia disponibilizarem mais comboios, mas isso já era visão a mais, digo eu.
Se esta estrada fosse minha, acerca disto, era tudo diferente.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eleições na bola- a direcção acertada

Não sou muito de acompanhar a literatura futebolística nacional e tenho-me distânciado cada vez mais do mundo esférico. Contudo sou um aficcionado e ainda não me consegui curar mas estou no bom caminho.
Mas vamos ao tema deste tópico.
Depois do frenezim das eleições para a Presidência da República, o Sporting Club de Portugal não faz por menos e resolve continuar a contenda do circo eleitoral.
É isto que é bom (leia-se mau) no mundo. É que mal acaba uma, entra-se logo noutra para manter as mentes ocupadas. E cada uma cá com um timing... (é do tipo se caiu na moda vampiragem em Hollywood, fazem-se logo duas series de Tv do mesmo tema, três ou quatro novelas, máscaras para o Carnaval, brinquedos alusivos ao tema para os miudos e por aí em diante).
Quase nem há tempo para balanços (veja-se a quantidade de cozinhas que hoje em dia têm uma balança. Poucas garantidamente. É importante é ter a "bimbe" para processar e criar).
Abertas as hostelidades vejo a habitual dança de quem é candidato e quem não é, quem apoia quem e quem fará o quê (este ùltimo é um raridade).

Contudo, um dos candidatos cujo nome não importa agora porque não me lembro, anunciou desde logo que abdicava do salário de Presidente caso ganhe.
E é aqui que a porca torce o meu parafuso (o rabo ja está torcido o suficiente). Ora pois esse grande, enorme, magnânimo sr. vai exactamente de encontro aquilo que uma instituição desportiva de utilidade publica deve ser.
Um clube, uma entidade, uma agremiação e por aí em diante nunca deveria ser uma fonte de proveitos (leia-se avultadas dívidas), um negócio ou outro qualquer ganho que não o de proporcionar às populações a pratica desportiva, cultural, etc, dinamizando-as e promovendo-as. Afinal é por isso que os clubes têm direito a beneficios variados conferidos pelas autarquias? Sem falar obviamente nas negociatas efectuadas sobre esta fachada da utilidade publica como foram os estádios que andamos a pagar, só para dar esse exemplo...
Sabemos que nada disso é o praticado, anos luz disso. São milhões que circulam de um lado para o outro encobertos pelo espectáculo desportivo com os abutres esfomeados a pairarem por cima dos mais variados emblemas.

Ora o referido sr candidato, ao abdicar do vencimento de Presidente, toma a meu ver, a mais importante de todas as medidas que um Presidente de um clube, colectividade, agremiação, etc, poderia tomar. Agora é só vencer a corrida eleitoral, aplicar a medida a todos os demais empregados do clube (incluindo atletas) e espalhar esta fé a todos os demais.
Já viram a direcção que o deporto poderia tomar? pensem nisso pois eu não me vou alongar mais. Apenas referir uma pequena conclusão: desporto fair-play, limpinho de corrupção, doping e sem movimentar milhões de milhões de milhões de euros, dolares, etc num mundo onde as desigualdades são cada vez maiores, ou seja, desporto puro e duro como ele deve ser!

Porque acredito que num dia hei-de comprar uns ténis feitos pela Nike que patrocinou o fim da guerra em Gaza, e não porque patrocinou o CR7 que dá uns pontapés do camandro na bola e ganha milhões por isso.

Acerca disto muito mais se podia dizer mas é só uma pequena explanação.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Eleições

Acerca das eleições, este assunto tão em voga, tenho a dizer que não me recordo de uma palhaçada tão grande.
Como é possivel sermos bombardeados diáriamente e durante semanas a fio com tanta "campanha" recheada de... nada?
Mas qual campanha??? Quem defende o quê? Quem propõe o quê? Que pessoas são estes candidatos afinal??
Que vergonha, que pobreza, que classe tão mediocre.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A SAQUE

Não é o país. É o Mundo.

O Mundo está a saque desde há vários anos a esta parte. Não é preciso ser nenhum económico para prevêr que o sistema financeiro tal como o conhecemos hoje em dia acabará (se é que já não acabou) por se suicidar em si próprio.
Não é possivel a uma sociedade dita desenvolvida continuar numa sangria desmesurada de produzir mais do que o estritamente necessário e consequentemente, não é possivel uma nação continuar a sobreviver às custas dos resultados dessas produções.
Passo a explicar: uma empresa produz mais do que a procura e fá-lo porque assim conseguirá ter o produto final mais barato. Depois é só contratar vendedores para dar vazão. E se nao for suficiente contratam-se mais uns milhentos directores comerciais para coordenar os vendedores. Há também a maravilhosa publicidade para fazer alguns pequenos milagres nos tão importantes nºs das vendas.
Ora é certo e sabido que mesmo que toda a população mundial compre um determinado produto, mais tarde ou mais cedo o nº de vendas estagnará (contabilizando a natalidade, mortalidade, e compradores repetentes). O que fará então uma empresa nesta situação? Nada. Já sugou durante anos o que tinha para sugar e quando a teta seca desmantela-se a empresa e nada mais. Abre-se outra naquilo que estiver na moda. Ou seja, muda-se de teta.
É claro que o Mundo dito desenvolvido reinventa-se ao passar de cada dia e isso ainda pode durar muitos mais séculos (se houver umas guerras mundiais pelo meio ainda ajudará mais).

Mas então onde quero chegar? A isto: o que me preocupa não é o consumista que há em cada um de nós. Nem tão pouco o ganancioso que produz a todo o custo e por cima de tudo e todos não olhando a meios e fins para enriquecer os seus cofres (quer dizer, isso também preocupa e muito principalmente no impacto ambiental que se verifica actualmente).
O que me preocupa é que os Estados não se precavejam desta barbarie. Os Estados têm e devem servir as populações. Devem gerar riqueza para aplicar em prol dos seus cidadãos. E devem fazê-lo permanentemente assegurando e precavendo o futuro.

E aproveitando esses chupistas de tetas, não seria nada dificil. O problema é que os Estados também são chupistas porque lá andam gananciosos chupistas só que sem tetas. Andam a mamar na teta dos outros para beneficio próprio. Atenção: quando digo isto refiro-me à escala mundial e não aqui ao quintal luso.

Enquanto assim fôr, os chupistas continuarão a fazer prevalecer a sua vontade de chupar (mesmo sem sede) e as populações continuarão ou até pior, caminharão para vidas mais desconfortáveis e limitadas com o planeta Terra a pagar a factura.

O problema disto tudo afinal é mesmo o ser-humano, esse parasita que só pode ser comparado à termita da madeira.

Estamos perante uma questão de mentalidade que está na génese (ganancia) e que infelizmente nunca vai mudar.

acerca disto nada de novo, eu sei. Mas é mais um desabafo.